quinta-feira, 12 de maio de 2011

A sucessão de D. João V é assegurada pelo seu filho D. José. A abundância de recursos mantém a política de esplendor e ostentação, graças aos diamantes e metais preciosos do Brasil, permitindo uma arquitectura de luxo, bem como programas decorativos modernos, seguindo o gosto da época. Apesar de ser uma época de esplendor, o Rococó em Portugal é marcado pela pior catástrofe natural do país e uma das piores acontecida na Europa – o Terramoto de 1755. Na manhã do dia 1 de Novembro de 1755 a cidade de Lisboa ficou praticamente arrasada após um violento terramoto, seguido de um tsunami e, posteriormente, um gigantesco incêndio, matando milhares de pessoas. A parte central da cidade ficou arrasada, incluindo o palácio real, patriarcal, teatro de ópera e principais edifícios públicos. A tragédia chocou a Europa inteira.
O Rococó (da palavra francesa rocaille, que significa "concha"), entra em Portugal pelo norte, enquanto Lisboa, devido aos faustos da corte, se mantém agarrada ao Barroco. É uma arquitectura que segue a grande corrente internacional muito decorada, e, devido ao granito escuro em contraste com as paredes brancas, de perfil claramente português. A decoração é naturalista, baseada principalmente em concheados e folhas de acanto, mas também elementos arquitectónicos e escultura. Tornam-se moda os locais de peregrinação, construídos frequentemente em locais de relevo acidentado, permitindo imponentes escadórios de grande efeito cenográfico como Nossa Senhora dos Remédios em Lamego. André Soares destaca-se na região de Braga, sendo os principais exemplos o Santuário da Falperra, a Igreja dos Congregados, a Câmara Municipal de Braga e a Casa do Raio, entre muitos outros. O número de obras e arquitectos é grande e, como o norte de Portugal foi poupado ao terramoto, estes edifícios são numerosos.